5 de abril de 2015

Resenha - Madame Bovary

"Emma Bovary c'est moi!"
Gustave Flaubert
 
Começo essa resenha explicando que esse é um romance antigo, de 1857, por isso sua linguagem é mais rebusca de sua época. Escrito por Gustave Flaubert, Madame Bovary inaugurou a narrativa moderna realista, e causou burburinhos e revoltas por tratar em seu enredo o adultério a partir de sua protagonista, Emma. Flaubert chegou a ir aos tribunais acusado de ofender a moral, mas fora absolvido, levando então altas críticas literárias e sociais e muitos julgamentos de quem não entendera a história. Verdade seja dita, Flaubert foi ousado por lançar uma história tão a frente do seu tempo. Hoje em dia vimos histórias que deixam Madame Bovary no chinelo!
 
A história parece simples. Começamos com Charles. Charles Bovary, estúpido e monótono, chegando à escola e mostrando ser um personagem tímido e atrapalhado. Torna-se médico, se casa com uma viúva mais velha. Em uma consulta, conhece a filha de um paciente, por quem se apaixona. Sua esposa adoece e morre, fazendo com que ele peça sua paixão em casamento. Esta é Emma, iludida e ambiciosa. Anseia por uma vida cheia de requintes e almeja a burguesia, assim aceitando casar com Charles, aparentemente promissor. Mudam-se para o interior da França.

Mas Emma não vê sua vida mudar como nos romances que lia. Pelo contrário, o que encontra é uma vida monótona, entediante, sem paixão. Charles idolatra sua esposa, sempre disposto a fazer o que ela deseja, mas Emma começa a se sentir insatisfeita com sua vida. Eles têm uma filha, mas nem isso, nem sua casa, nem seus luxos parecem preencher o vazio que Emma sente, ainda Emma e não a Madame da qual veremos em breve.

Na ausência do que considera que seu marido não pode lhe oferecer, conhece Rodolfo e eles têm um caso amoroso. Planejam fugir, mas Rodolfo desiste do plano e Emma entra em depressão por meses. Emma se torna desequilibrada e insiste em achar que merece mais do que pode. A paixão e devoção de Charles não são suficientes para que Emma volte a ver a vida com amor. Emma, então, comete um novo adultério ao conhecer Léon e se entrega a ele durante um longo passeio pela cidade, dirigido pelo cocheiro de um carro de aluguel.

Pobre Charles. Depois de uma certa ocasião em um baile, Madame Bovary desenvolve um grau de desprezo sem precedente por tudo que a cerca, e em especial por ele. Descrito como enfadonho e sem ambição. Não há quem suporte os devaneios constantes e asquerosos de Madame Bovary.

Com um final triste e cercado de mortes, Madame Bovary é, sem dúvidas, muito comentado até hoje por ter uma legião de pessoas que divergem suas opiniões pela história. Algo que poucos pesquisam saber sobre é a temática psicológica que envolve Emma, e o bovarismo que foi criado a partir desse romance. O bovarismo nada mais é do que a propensão a inventar histórias e criar um mundo imaginário encarno personagens romanescas. Emma espera que seja como as personagens que lê.

Não quero deixar muitas coisas claras aqui, apesar de já ter deixado bastante coisa, mas é interessante fazer com que não seja só um livro, mas sim um estudo. Sobre os livros que Emma lê e sobre os aspectos dos personagens. Há muito mais do que apenas palavras ali. Afinal, Flaubert não foi a júri ser julgado a toa. A frase no início da resenha foi dita por ele em tribunal, ao dizer que "Emma sou eu". Todos temos um pouco de Emma. Afinal, quem nunca fantasiou uma vida como na dos livros? (Há também o filme, que ainda não assisti, então não posso dizer o que achei, se foi fiel ao livro, enfim).



Obs.: Existem inúmeras capas desse livro, portanto fiquem a vontade para procurarem a que quiserem. Não irei colocar fotos aqui, pois li o livro pela internet, mas assim que adquirir eu colocarei a foto dele e informações de compra aqui.

Há uma frase que gostaria de deixar aqui, que foi dita pelo Flaubert e que preciso concordar, haha.

"Eu estou a morrer, mas aquela puta da Madame Bovary viverá para sempre."
 

Espero que gostem da resenha.
Beijinhos, Camille Antunes. :*

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